Luigi Maurizi é um pródigo poeta catarinense, com vasta obra publicada. Apresentamos, entre tantos outros livros seus, “Concórdias em despeio”, 2006; “Versos de Querena: a cidade de um porto”,2007; “Verso de Desdiga”, 2007; “Plenitude”, 2009; “Alforria: floreios na servidão”, 2011; “Sorversos”, 2011, para citar somente os que tive o prazer de ler. Pelos títulos podemos perceber claramente que se trata de um escritor que trabalha o som da fala em expressivos neologismos, dentro da deriva da língua portuguesa. É um poeta culto, o que significa dizer que seus versos são compostos dentro da norma gramatical, e seus poemas caracterizados pela composição em estrofes variadas, nelas predominando o verso livre. As rimas estão presentes, aliadas a inúmeros fenômenos fonéticos que aceleram e atrasam o ritmo de seus versos, unindo fundo e forma em constante harmonização, fazendo com que o tema abordado envolva o conteúdo sonoro de sua estrofação, numa composição formal moderna e pós-moderna. Mas o que realmente chama atenção no texto poético de Luigi Maurizi é sua criação vocabular, sui generis, muito pessoal e de grande expressividade, pois significantes e significados recorrentes explodem em sonoridades significativas, provocando uma semantização, muitas vezes inesperada, o que desarticula o código e provoca novas significações, ressaltando daí a explosão poética de suas composições. Está nesse caso um elenco de nomes e verbos, os mais inesperados, surgidos de um trabalho artesanal, que marca sua poesia, com inédito e neológico vocabulário de construções interessantes, baseado em prefixações, “INDISTINÇÃO”(Plenitude, 2009); regressões, conversões, “...é o desmascaro de um blefe...”(Plenitude, 2009); sufixações, aglutinações e justaposições, além de trocadilhos semânticos, como (MÁS)CARAS DA SENHORA (Concórdias, 2006). Tudo isso nos faz meditar sobre os novos significados estabelecidos para seus versos de fortes significados, proporcionados, sem dúvida alguma, pelos significantes neológicos, envolvendo o leitor em reflexivas meditações.
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Quem sou eu
- Professor Feijó
- Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
- Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.
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