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8 de junho de 2018

UM MIMO DE LIVRINHO







O livrinho de Maria José Lima Toledo – permita-me usar aqui o diminutivo afetivo – é um encanto! Não é o primeiro. É o sétimo. Dela já falei em outras ocasiões. Maria José é minha amiga, há muitos anos. Somos unidos por amizades e admirações. Seu livrinho TEMPO DE MUDANÇA são pequeninas e breves histórias de personagens, quase reais, muito bem trabalhadas, com perfis magníficos, parecendo que foram retiradas, pela mágica competência da autora, de vetustos compêndios escolares da História Universal de um Carl Grimberg. Em todos os perfis encontramos a mudança, o Leitmotiv, de sua narrativa, que está explícita numa poética citação, logo nas primeiras páginas dessas preciosas narrativas: “A expectativa de mudança é a razão da vida do sonhador”. A cultura histórica e geográfica de Maria José brinda-nos com as localizações de instituições, de povos com seus costumes, de cidades com seus edifícios e casarios, que, indiscutivelmente, atraem a nossa atenção para o  que está, em seu entorno, sempre nos envolvendo, dinamicamente. Assim, passamos a conhecer sítios e personagens, figuras como um Frederico Rosental, engenheiro que reencontra a magia do amor sincero, muito distante da nevoenta São Paulo. Ficamos boquiabertos com o destino da funcionária pública, Mia. Assustamo-nos com o excêntrico poeta Willian Pater, que passa do lirismo para uma perigosa e assombrosa contravenção mercantilista e vem a óbito tragicamente. Maria José apresenta, ainda, o Professor universitário belga, Jefferson Halley, um mestre perfeito na administração pedagógica, que reformula os conceitos didáticos da famosíssima Sorbonne. Talvez esteja aí projetado, no perfil acadêmico da personagem belga, o fantástico poder didático da autora, professora magnífica que foi, em todos os níveis, no exercido do magistério, em instituições exemplares e de referência, no Rio de Janeiro.  E o que falar do fantástico Dr. Christopher Kresley? Bacharel em Direito, depois juiz do Supremo Tribunal grego, nomeado por concurso, como deveria ser aqui no Brasil, em vez de termos esses comprometidos senhores de toga amassada, indicados por Presidentes corruptos... Mas, em todas as histórias de vida das personagens que habitam seu livrinho, o Rafael Toledo foi a que mais diretamente explicitou – e conseguiu – a vontade de se tornar outra pessoa, mesmo ao fim da vida, isto é depois de aposentado. Por fim, a última personagem retrata a própria autora, transfigurada em Hannah, trazendo-nos reminiscências, sentidos de vida, colocando-se no espaço-tempo da sempre renovação de tudo, com muito afeto e esperança. Hannah é a personificação da poesia que existe dentro dessa Maria José, educadora de múltiplas e inúmeras experiências, muitas reais, mas aqui, no último e cabalístico Capítulo 7, imaginárias. São experiências que fazem todo o sentido. Todas elas, com a verossimilhança necessária à urdidura de qualquer narrativa literária. São cenas passadas na cidade norte-americana de Willoughby, Ohio, Condado de Lake, que podem, magicamente ocorrer em Washington, cidade onde a autora viveu, por dois anos e meio, a poesia de uma grande experiência transformadora. Os textos do livrinho de Maria José, TEMPO DE MUDANÇA, são separados, uns dos outros, por suas pinturas, acrílicos sobre telas, magníficas abstrações, como: Círculos; Sol e Mar; Explosão; Traços; Clone; Pôr do Sol; Olho Grego; O Voo e Arco Íris. Minha amiga Maria José Lima de Toledo Sanches Figueiredo, nome que nobres princesas adorariam possuir, é uma criatura incrível:professora, escritora, poeta, atriz e pintora. Nem todos têm o privilégio de conhecer pessoas assim.  

ATÉ BREVE


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Quem sou eu

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.