Essa
crônica originou-se após uma leitura no SITE da Globo, G1. Lá, Reinaldo José
Lopes tece comentários sobre escavações arqueológicas na Palestina que
trouxeram à luz inquietantes interpretações sobre as origens do ícone Moisés, o
profeta que teria arrancado seu povo da escravidão no Egito e fundado a nação de
Israel. Segundo Reinaldo, isso “tem bases muito tênues e, na realidade é
praticamente certo que, em sua maioria, os israelitas tenham se originado
dentro da própria Palestina, e não fugido do Egito. O próprio Moisés tem
chances de ser um personagem fictício, ou tão alterado pelas lendas que se
acumularam ao redor de seu nome, que hoje é quase impossível saber qual foi seu
papel histórico original”. Pois é, MOISÉS juntou-se, agora, a HOMERO e a outros
enigmas da humanidade, principalmente a um que nunca sai de moda: “Os
EXTRATERRESTRES”. Isso mesmo. Há mais de quarenta anos estamos ouvindo falar,
com muita insistência, por todos os cantos desse enorme Brasil, sobre aparições
de discos voadores, naves espaciais, gente de outros planetas e até
chupa-cabras. Não que antigamente esses casos estranhos não existissem. Claro que
sempre existiram, mas, recentemente, depois do lançamento, em 1968, do livro
Eram os deuses astronautas?, a coisa ficou mais disseminada. O responsável pelo
ressurgimento dessas “guerras entre mundos” foi o autor do referido livro,
Erich Von Däniken, escritor suíço, conhecido por criar teorias sobre uma
possível influência extraterrestre na cultura humana, desde os tempos
pré-históricos. É importante assinalar que, já em 1938, houvera um pânico
coletivo na costa leste dos Estados Unidos, quando Orson Welles, ator e diretor
de cinema, dramatizando o livro de ficção científica do escritor inglês Herbert
George Wells, entrou no ar, em edição extraordinária, através das ondas médias
da rádio CBS, Columbia Broadcasting System, e noticiou uma suposta invasão de
marcianos ao nosso planeta Terra. Essa invasão que não ocorreu marcou para
sempre a história do rádio no mundo moderno e mexeu com o imaginário popular, com gente de todos os lugares do mundo jurando que viram homenzinhos verdes
e que foram até seus planetas de origem, viajando em suas extraordinárias naves
espaciais. São os abduzidos. O tempo foi passando e cresceu o espaço para a
divulgação desses fenômenos, para os quais a ciência oficial nunca deu muita
atenção. Surgiu a Revista PLANETA, edição em língua portuguesa, que circulou
durante muitos anos entre nós, até ser suplantada pela mídia eletrônica, onde a
televisão impôs a sua força, alicerçada por uma tecnologia e produção,
realmente hollywoodianas. Agora, estamos observando, nos canais de televisão por
assinatura, a proliferação de inquietantes produções estrangeiras, programas
muito bem feitos e dublados para o espanhol e português, que discutem novamente
a presença dos extraterrestres entre nós, e muito mais; como tentar explicar o
comportamento de importantes figuras da história da humanidade e seus
envolvimentos com sociedades secretas, desde a Idade Média até nossos dias.
Nessa linha, colocam no mesmo balaio faraós, reis e generais gregos, feitos
sobre-humanos de conquistadores memoráveis e, até o Pé Grande se mistura a
presidentes dos Estados Unidos, nunca deixando, também, escapar a vida
libertina dos Imperadores romanos e o surgimento do cristianismo, saindo,
muitas vezes da esfera da crença, da fé e até de interpretações históricas,
para os romances semióticos, como aconteceu com O Código da Vinci, de Dan
Brown. Pois é, agora parece que Moisés, que já fora príncipe egípcio, vai
passar a ser um simples pastor palestino e suas origens plebeias podem abalar,
lamentosamente, os muros seculares de Jerusalém. Isso não é nada. Freud, quando
souber dessa heresia arqueológica, lá no inconsciente do mundo, vai dar à
neurose obsessiva as honras de arquétipo superdimensionado, para que esta,
referencialmente, e a nível manifesto, atue, sem nenhum significante primário a prejudicá-la,
na estrutura do campo do Real. Já Homero continua, por enquanto, nos Canais do
History-2, H-2, como o grande poeta épico lendário da Grécia Antiga do século VIII
a.C, autor das duas estupendas obras da antiguidade: os poemas épicos Ilíada e
Odisseia. Mas, se todos consideram Homero como “o poeta lendário da Antiga
Grécia” é porque a lenda é maior do que a realidade. Então, é só esperar que
vem, por aí, chumbo grosso, porque, segundo Aristóteles, “o discurso falso
tem como ponto de partida uma falsa ideia”.
ATÉ BREVE
2 comentários:
Achei muito interessante o seu texto, porque não dizer brilhante texto! Trabalhou esta crônica muito bem , ao obter no mundo midiático uma nova informação arqueológica acerca da mítica figura de Moisés, com a qual trabalhou irretocavelmente , nessa crônica do cotidiano que nos brinda com humor , poesia e arte poética! Três ingredientes sobremaneira singulares! Parabéns!
Parabéns professor Feijó,acompanhando aqui suas crônicas.
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