Carlos Augusto Corrêa é um andarilho das letras. Ou melhor,
um escritor que anda pelas ruas dos diversos bairros da cidade do Rio de
Janeiro, sempre escrevendo, anotando e observando os mínimos detalhes da vida
que pulsa nas calçadas, no asfalto, nas portarias dos prédios, nos transeuntes e
até, talvez, no interior dos apartamentos. Sua imaginação também procura sempre
no burburinho das praças, do comércio das lojas, supermercados e livrarias um
tema para ser transfigurado e transformado em texto de fina e sutil escritura.
E Carlos Augusto vai botando tudo no Face, na sua Página do Face, Chão de
Praça, num estilo frugal, mas ao mesmo tempo jornalístico, sempre passando, com
sutileza, pela pontuação poética, que no final é o que vai sustentar sua prosa,
muitas vezes saudosista. Suas crônicas e minicrônicas, pode-se dizer, contam,
também, a história dos becos, ruas, praças e vielas de sua cidade natal, em tom
ufanista, principalmente quando confronta realidades bem diferentes da cidade
de seu tempo de menino e rapaz, com a atual superpovoada São Sebastião,
maravilhosamente surgida no antigamente. Numa linguagem coloquial (...e sempre que podia mandava uma e outra
crônica.), poética (alma que só tenho
de abraçar) repleta de neologismos (eteceteraeletronicamente)
e com muito boas sacadas (as tardes
também deviam ser festejadas – não boquiabertos) Carlos Augusto Corrêa vai colorindo
as palavras com as cores se seu estilo jornalístico curto de contar estórias,
como em O Menino Sírio, numa
metanarrativa, uma vez que as vozes consagradas de Carlos Drummond de Andrade e
Chico Buarque de Holanda servem de pano de fundo e contraponto à tragédia que
tirou a vida do pequeno Aylan Kurdi. A sua maneira pessoal de ver, sentir e
interpretar os acontecimentos que surgem na REDE, diariamente, poetisa esses
acontecimentos, em estilo híbrido, também de repórter sempre a tento a tudo. “Nem sua mãe e os demais que morreram naquele
barco afundando”. A ação verbal continuada
é que dá à narrativa a profunda dramaticidade literária, característica do
estilo vibrante do autor. As notícias no Face proporcionam uma crítica direta,
muitas vezes misturadas a uma crítica velada, verificada, por exemplo, em Desejo Instintivo, onde o uso da
metalinguagem garante ao texto a atenção para o fato: “Esquecendo um pouco esse
clima quase irrespirável da vida política no país, assisti há pouco aqui no
Face a um vídeo em que uma criança novinha acaricia no colo um bebê; “Que me
perdoem os unilaterais, os que veem um
lado da vida só escrevendo sobre temas contundentes, mas quando vejo uma cena
semelhante parece que a paz acorda em mim”. (o itálico é nosso, para
ressaltar) Assim, Carlos Augusto vai trabalhando seu texto, com foco nessa
magnífica plataforma midiática que é o Facebook, retirando do universo
circundante o referencial, sempre transformando fatos em conceitos e transformando
notícias em formas agradáveis de
leitura. Preocupam-no, sobremaneira, os temas sociais que vêm embutidos nos
noticiários da REDE. Assim, o espírito sagaz do cronista vai transformando os acontecimentos denotativos em
interessantíssimas metáforas políticas (“Bem-aventurados os sádicos de
espírito, porque deles será o reino de Auschwitz!”), para que a ideologização
dos acontecimentos transfigurados em poesia, minimizem a dor do Real, sempre uma
visão do trabalho, pela ótica política dos acontecimentos: “Em minha infância
eu via as lavadeiras pra cá, pra lá trazendo a vida pesada na cabeça”. Carlos Augusto em alguns momentos constrói um
discurso engajado politicamente, através da desconstrução do tecido social,
diferentemente da maioria dos discursos políticos, surgidos em jornais e
revistas, que são referenciais. O seu texto é bem feito, com engenho e arte,
pois a ideologização - e o que não é ideológico nesse mundo? – dos acontecimentos, transfigurados em poesia,
minimiza aquele Real roubado à dor do mundo. E com textos curtos, sempre do
interesse de quem viaja pelo Face, combinados com a formatação visual dessa plataforma,
Carlos Augusto Corrêa vai escrevendo suas crônicas gostosas, em bate-papos
informais, com personagens interessantes, numa festa literária que atrai o
leitor para as 126 páginas desse seu livro, UM CRONISTA PELAS RUAS DO FACE
(Chão de Praça 1), lançado pela Editora Dissonnarte, em 2017, que o leitor
ávido por boas narrativas, pode, atualizando-se, deliciar-se, com toda a
certeza.
ATÉ A PRÓXIMA
Um comentário:
Nunca vin un milagre coma este en toda a miña vida, busquei unha solución para quedar embarazada durante máis de 8 anos despois do matrimonio, tentei todo o posible pero nada funcionou ata que vin unha proba en liña de como o doutor Fady axudou a moitas mulleres a quedar embarazada. embarazada da súa poderosa maxia, escribín e expliquei a miña situación, el prometeu axudarme e quedaría embarazada hai 1 mes, fixen todo o que me ordenou e fun ao hospital para unha mensaxe e o médico confirmou que teño 5 anos. días de embarazo, ata agora dei a luz ao meu fillo guapo, o meu marido está feliz agora e dáme todo o que pido, grazas ao doutor Fady póñase en contacto con el se precisas axuda.
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E.T.C.
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