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28 de março de 2020

DISCURSO VIRAL






Há algum tempo, escrevi uma crônica, intitulada FUTEBOL, RÁDIO E TELEVISÃO. Ela começava assim:

Vocês estão lembrados como eram as transmissões dos jogos de futebol pelo rádio e pela televisão, antigamente?
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Então, vejamos como esses dois veículos de comunicação de massa falam, ou melhor, trabalham.
O Rádio
Ouvir rádio é imaginar como os fatos estão acontecendo. Todas as informações nos atingem por um único canal: a audição. Temos que ficar atentos a tudo, para não perdermos os sinais chaves da emissão.
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A Televisão
Ela é um meio frio de comunicação de massa, porque fornece baixa quantidade de informação, pois permite mais participação ao propor somente uma complementação informativa e inclui o receptor na própria mensagem, como um reflexo das ocorrências de suas realidades e experiências cotidianas.

Hoje, na reclusão imposta pelo bom senso e pelas autoridades sanitárias, por causa dessa pandemia, causada pelo Coronavírus, estamos enclausurados, e as informações nos atingem também pelo rádio e pela televisão. Bem, é mais ou menos isso, porque pela internet passa tanto o som, quanto a imagem, que nossos aparelhos receptores, os moderníssimos celulares, captam ambos, ou só o som, colocando-nos informados. Informados? Bem Quando você informa demais, você desinforma. Regrinha básica da Teoria da Comunicação.

Dentro de casa, não há como ficarmos sem nenhuma comunicação com o mundo exterior, ou melhor, sem o nosso celular ligadíssimo nos noticiários que surgem nos sonoros vídeos, onde pessoas ligadas aos fatos e políticos ávidos por audiência, discutem sobre esse famigerado COVID-19. São milhares de informações que nos atingem, tentando explicar o que é, de como surgiu e como pode ser evitada tamanha tragédia. Há de tudo. Posições médicas e discursos políticos, que se colocam contra ou a favor desse lastimável estado de crise por que passamos todos nós. Recolhidos em nossas casas, somos receptores passivos, com poucos canais de retroalimentação, mas, nem por isso, deixamos de nos manifestar, pois a internet nos proporcionou esse feedback, ausente até pouco tempo, mas isso nos tornou comentaristas independentes e passaram a proliferar, por ondas hertzianas,  discursos, os mais estapafúrdios possíveis, na grande rede aberta da Web.

Mesmo com o celular na mão, olho na minúscula telinha desse aparelho quase mágico, de última geração, não há como deixar de dar uma espiadinha também na tevê da sala, uma gigantesca tela de 50 polegadas, resolução 3840x2160, painel RGB, de 8 bits, com vídeo em frequência de tela MR, HDR, com mega contraste, PurColor, contrast Enhancer, Auto Motion Plus, modo filme, Dolby Digital Plus, Multiroom Link, Smart Service, Navegador Web Browser, Bluetooth Low Energy e, aimda por cima, bem fininha...
É impossível desprezar a tecnologia da informação. E nesse mundo cibernético, principalmente na atuação das mensagens via internet (áudio e imagem de alta e baixa saturação), nós todos exercitamos, a todo instante, juntamente com a tentativa de decodificação das mensagens, a nossa capacidade de abstrair, tentando separar pelo pensamento o que não está separado no objeto do pensamento. Portanto, essa ação de abstrair, quando negada, torna-se um elemento impeditivo da compreensão da mensagem. Assim, lança-se mão da redundância, para eliminar a entropia. Observa-se isso, facilmente, nos campos de futebol, quando o ouvinte assiste aos jogos com o radinho de pilha colado ao ouvido, escutando o que seus olhos veem. Da mesma forma, tomamos conhecimento dos fatos narrados pelos repórteres de rua, sobre a pandemia do coronavirus, que têm suas informações discutidas por “ancoras” nos estúdios das emissoras de televisão. Estes comentam os comentários deles, numa sopa de letrinhas que correm no rodapé do écran, temperada com metalinguagens e redundâncias, para evitar entropias, surgindo assim, imediatamente, como corretora, uma neguentropia, percebida nos discursos de protesto ou de concordâncias, por parte dos telespectadores distantes. Todavia, o mais importante fato que surge dessa fenomenologia televisiva é que a ansiedade de ouvir supera a obrigatoriedade de ver, como se a voz do outro (âncora da emissora), vinda  do interior do estúdio colorido e misterioso, um oráculo eletrônico, fosse a expressão suprema da verdade (discurso do Mestre), deixando o receptor à mercê de um entendimento impossível de ser alcançado por sua própria capacidade de reflexão e de abstração. Está, assim, preparado o discurso ideológico que, a partir desse momento, agirá também neguentropicamente, para corrigir uma possível falta de comunicação interpessoal. O receptor dessas mensagens passa a ser um súdito dependente desse meio, pelo discurso do âncora e, ao mesmo tempo, um repetidor passivo de seus pensamentos.

O vírus continua atacando, mas os discursos que o sustentam, não devem ser mais perniciosos do que ele. É o que esperamos.

ATÉ A PRÓXIMA


Um comentário:

Anonymous disse...

Como você se sente quando a pessoa com quem você planejava passar o resto da vida repentinamente diz que não está mais interessada no casamento do nada, que é o tipo de situação que eu estava quando me deparei com o lançador de feitiços chamado Dr. Ajayi, eu estava coração partido implorou ao meu marido por vários meses para voltar para casa, todos os meus apelos não foram correspondidos até que vi um testemunho de uma senhora que descreveu como o lançador de feitiços Dr. Ajayi a ajudou a conseguir um bom emprego remunerado e disse que ele é capaz de outros tipo de feitiço, ela soltou o número do Viber dele: +2347084887094 Peguei o número e enviei a mensagem O feitiço Caster Dr Ajayi explicou minha situação e como meu marido saiu de casa de repente, ele me disse por que meu marido saiu de casa depois de fazer um feitiço, ele levou apenas sete dias para trazer a felicidade de volta à minha vida, porque estou vivendo feliz com meu marido e estamos esperando nosso segundo filho. Se você precisar da ajuda de um lançador de feitiços para qualquer tipo de problema de vida em que possa pensar, entre em contato com o lançador de feitiços no seu número Viber ou WhatsApp: +2347084887094 ou E-mail: drajayi1990@gmail.com

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.