Como no ditado popular que diz que quem conta um conto aumenta um ponto, tentarei, sem nenhum ranço de crítica impressionista, acrescentar o meu ponto, interpretando o texto de Flávio José Cardozo, PEDRINHO VAI VOLTAR RICO, publicado em Zélia e outros, segundo livro de contos desse produtivo autor catarinense.
A história de vida do personagem Pedrinho é um entre-lugar: a pretensão de ser e o projeto de ter, envolvido pelo trauma da partida e a fugaz alegria do retorno, costurado por um discurso moralista, sem falsa moralidade.
O conto retrata uma cena da vida interiorana, de cidade pequena de municípios de poucas atividades econômicas, em épocas mais distantes dos dias de hoje. Trata-se de uma fábula moderna sobre o filho pródigo, caipira, mais o filho do que a fábula e tudo com um final não muito feliz, mas reflexivo e poético, por transfigurar a realidade e fundar novos significados.
A narrativa propõe um desfecho mágico, mostrando-nos sinais ou presságios de desilusões, envolvida a narrativa por discursos diretos, indiretos e indiretos-livres, servindo-se o autor de correlações de idéias, colocando a realidade de Pedrinho fora de seu ambiente, de sua casa, dirigindo-o para a grande cidade (Porto Alegre) ou fazendo-o se deslocar para outros sítios menores.
Através dessas correlações de idéias, como nas participações dos personagens envolvidos na urdidura da ação, a trama vai se desenrolando, surgindo verdadeiros mosaicos narrativos, que marcam e descrevem os acontecimentos como peças disformes. Essas peças em mosaico, lidas, não cursivamente, mas salteadas, montam a estória preparada pelo autor, forjando o comportamento respeitável de Pedrinho. Então, a imagem do filho pródigo que se autoexilou vai cativando o leitor, numa escritura simples com poucos recursos estilísticos, mas deixando reservado o grande momento da transfiguração para o final imprevisto, como transgressor de uma realidade, que se presentifica como fantasiosa, consubstanciando a neurose, pois a fantasia foi passada como real. Eis o valor intrínseco, portanto literário, desse conto de Flávio José Cardoso, cujo liame poético com Frederico Garcia Lorca, iniciando o conto, introduz a esperança, talvez a última virtude de nosso quase picaresco personagem Pedrinho.
A história de vida do personagem Pedrinho é um entre-lugar: a pretensão de ser e o projeto de ter, envolvido pelo trauma da partida e a fugaz alegria do retorno, costurado por um discurso moralista, sem falsa moralidade.
O conto retrata uma cena da vida interiorana, de cidade pequena de municípios de poucas atividades econômicas, em épocas mais distantes dos dias de hoje. Trata-se de uma fábula moderna sobre o filho pródigo, caipira, mais o filho do que a fábula e tudo com um final não muito feliz, mas reflexivo e poético, por transfigurar a realidade e fundar novos significados.
A narrativa propõe um desfecho mágico, mostrando-nos sinais ou presságios de desilusões, envolvida a narrativa por discursos diretos, indiretos e indiretos-livres, servindo-se o autor de correlações de idéias, colocando a realidade de Pedrinho fora de seu ambiente, de sua casa, dirigindo-o para a grande cidade (Porto Alegre) ou fazendo-o se deslocar para outros sítios menores.
Através dessas correlações de idéias, como nas participações dos personagens envolvidos na urdidura da ação, a trama vai se desenrolando, surgindo verdadeiros mosaicos narrativos, que marcam e descrevem os acontecimentos como peças disformes. Essas peças em mosaico, lidas, não cursivamente, mas salteadas, montam a estória preparada pelo autor, forjando o comportamento respeitável de Pedrinho. Então, a imagem do filho pródigo que se autoexilou vai cativando o leitor, numa escritura simples com poucos recursos estilísticos, mas deixando reservado o grande momento da transfiguração para o final imprevisto, como transgressor de uma realidade, que se presentifica como fantasiosa, consubstanciando a neurose, pois a fantasia foi passada como real. Eis o valor intrínseco, portanto literário, desse conto de Flávio José Cardoso, cujo liame poético com Frederico Garcia Lorca, iniciando o conto, introduz a esperança, talvez a última virtude de nosso quase picaresco personagem Pedrinho.
ATÉ A PRÓXIMA
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