Se eu pudesse escrever uma carta para o Leo…
Eu diria:
Olá professor, doutor, filólogo, literarato,
Mas estes títulos desaparecem quando os jovens nos julgam velhos e a aposentadoria apaga nossa identidade, então
Eu diria apenas:
Olá amigo,
Este título é permanente. Leodegário era assim. Tocava-se a campainha da casa, ele abria a porta e dizia: Entre, entre. Quanto tempo! Que bom vê-la. Sempre havia um lugar, ou melhor, muitos ao redor da mesa. Nunca faltava um whiskizinho e, lógico, os quitutes da Ilka. O papo rolava. O relógio parava. As palavras se desdobravam em frases, sentenças, num discurso tão variado e infinito quanto a erudição do amigo. Camões estava sempre presente. Não gostava do whisky, mas sua presença era sentida. Da mesa ía-se à sala contígua onde os livros contavam histórias de muitos séculos e se juntavam uns aos outros numa festa intelectual. Eram os outros amigos sempre presentes, convidando os novos que chegavam a ingressar no círculo da amizade.
Leodegário me ensinou tanto, tantas vezes, sua generosidade era uma dádiva ao compartilhar o conheicmento por puro prazer sem nada pedir ou exigir de volta. Lá pelas tantas o relógio decidia voltar à ativa, era a hora do sono chegar e dos sonhos literários descansarem até o dia seguinte.
Leo, você não foi, está aqui presente, continuará presente nas rondas intelectuais, nas palavras suas que serão transmitidas pelos mestres e nos pensamento dos novos alunos que continuarão a jornada. E quando todos estes se ausentarem, você continuará eternamente presente nas linhas, nos parágrafos, nos textos que o tempo não destruirá.
Eu diria:
Olá professor, doutor, filólogo, literarato,
Mas estes títulos desaparecem quando os jovens nos julgam velhos e a aposentadoria apaga nossa identidade, então
Eu diria apenas:
Olá amigo,
Este título é permanente. Leodegário era assim. Tocava-se a campainha da casa, ele abria a porta e dizia: Entre, entre. Quanto tempo! Que bom vê-la. Sempre havia um lugar, ou melhor, muitos ao redor da mesa. Nunca faltava um whiskizinho e, lógico, os quitutes da Ilka. O papo rolava. O relógio parava. As palavras se desdobravam em frases, sentenças, num discurso tão variado e infinito quanto a erudição do amigo. Camões estava sempre presente. Não gostava do whisky, mas sua presença era sentida. Da mesa ía-se à sala contígua onde os livros contavam histórias de muitos séculos e se juntavam uns aos outros numa festa intelectual. Eram os outros amigos sempre presentes, convidando os novos que chegavam a ingressar no círculo da amizade.
Leodegário me ensinou tanto, tantas vezes, sua generosidade era uma dádiva ao compartilhar o conheicmento por puro prazer sem nada pedir ou exigir de volta. Lá pelas tantas o relógio decidia voltar à ativa, era a hora do sono chegar e dos sonhos literários descansarem até o dia seguinte.
Leo, você não foi, está aqui presente, continuará presente nas rondas intelectuais, nas palavras suas que serão transmitidas pelos mestres e nos pensamento dos novos alunos que continuarão a jornada. E quando todos estes se ausentarem, você continuará eternamente presente nas linhas, nos parágrafos, nos textos que o tempo não destruirá.
E Camões diria:
O cisne, quando sente ser chegada
A hora que põe termo a sua vida,
Música com voz alta e mui sentida,
Lamentos pola praia inabitada.
Deseja ter a vida prolongada,
Chorando do viver a despedida;
E, com grande saudade da partida,
Celebra o fim tão triste jornada.
Todos nós somos o cisne, pois não queríamos o fim de sua jornada.
Amigo Leo, você está aqui, sempre presente.
Saudades,
Monica Rector
O cisne, quando sente ser chegada
A hora que põe termo a sua vida,
Música com voz alta e mui sentida,
Lamentos pola praia inabitada.
Deseja ter a vida prolongada,
Chorando do viver a despedida;
E, com grande saudade da partida,
Celebra o fim tão triste jornada.
Todos nós somos o cisne, pois não queríamos o fim de sua jornada.
Amigo Leo, você está aqui, sempre presente.
Saudades,
Monica Rector
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