A
língua falada pode seguir dois destinos. Um será o de se perpetuar. Ela se
perpetua nos textos literários de inúmeros autores, até recentes, onde se pode
ver, às vezes, um linguajar já caduco, na fala de personagens que usam termos,
expressões, gírias e frases feitas, que nós não mais entendemos de pronto.
Também nas obras de autores de antigamente vamos encontrar muitas palavras que
hoje não fazem mais parte do léxico ativo da língua, mas os termos da língua
falada lá ficaram registrados. Isso é muito bom!
O
outro destino da língua falada é ficar sem nenhum registro escrito. Expressões
populares e muitos termos podem se perder sem deixar vestígios. Enquanto a
tradição oral existir nas sociedades menos complexas, alguma coisa desse acervo
oral pode ficar resguardada da destruição, isto é, do esquecimento total. Mas
será por pouco tempo. E isso é péssimo!
A
língua falada por uma sociedade civilizada pode se apresentar sob a forma de
registro oral e de registro escrito.
O
povo vai imprimindo na língua que fala suas maneiras peculiares de dizer as
coisas. Vai-se expressando como aprendeu ao berço materno e à escola. De acordo
com sua posição na segmentação social a que pertence, vai-se expressando, ora
respeitando as regras conscientemente incorporadas, ora desrespeitando-as por
completo. Assim, obedecer aos padrões rígidos da língua é se expressar pela
norma-padrão do idioma. Mas só aqueles que têm linguagem adquirida (1) é que
por suas regras se expressam e, mesmo assim, com muitos deslizes na linguagem
descuidada do dia-a-dia, quando, por exemplo, se emocionam ou se estressam.
Portanto, “as diferenças entre linguagem escrita e linguagem oral permitem-nos
falar em norma da escrita e norma da oralidade, aproximando-se a primeira do
que Bally definiu como língua adquirida
– a que se aprende na escola – em oposição à
língua transmitida – aprendida natural e diretamente no seio da família”
(2). Isto significa que tanto a linguagem escrita quanto a linguagem oral são
balizadas por uma norma-padrão, expressão culta, identificada com o poder
dominante de uma sociedade estruturada, definida e organizada. Qualquer
transgressão a esta norma-padrão será considerada como um desvio linguístico.
Segundo Eugenio Coseriu, a norma
caracteriza-se como “um conjunto de traços distintivos, impostos por uma
tradição cultural e social” (3). Norma-padrão, portanto, será este conjunto de
traços distintivos, elevado à estatura de modelo.
Por
tudo isso, qualquer transgressão, repetimos, será considerada um desvio linguístico, tanto na linguagem
escrita, como na linguagem oral. Esta ocorrência deve-se a problemas de interferências
extralinguísticas no processo de atualização da língua, isto é, a
materialização da “langue” em “parole”. Tal processo de atualização denomina-se
“desempenho”, ou seja, o uso que fazemos da língua, resultado de numeroso
complexo de fatores linguísticos e extralinguísticos. Afinal, desempenho é
“aquilo que efetivamente realizamos quando falamos ou ouvimos, ou escrevemos,
ou lemos” (4).
Portanto,
deve-se sempre salientar que as transgressões à norma-padrão da língua se
efetivam, tanto no registro oral, como no registro escrito, isto é, tanto há
transgressão à norma culta quando se fala, como há, quando se escreve. Essas
transgressões ocorrem porque um determinado contexto influencia
vertiginosamente os conteúdos informacionais do sintagma frasal, forçando uma
modificação significativa (alteração), em prol de maior expressividade e de
melhores informações. O desgaste contínuo da informação, motivado pelos padrões
sígnicos estruturados do sistema linguístico, sempre com a mesma “fórmula”,
força as mudanças, que ocorrem em nome dessa exigência categórica do contexto. Desvio,
portanto, é a pressão do contexto sobre o texto.
Desta
forma, comungamos com o pensamento de Edite Estrela e com o de Pinto Correia,
quando afirmam que “o desvio, que,
para nós, não contém qualquer conotação negativa tem de ser entendido como a
alteração justificada no enunciado, de acordo com a intencionalidade do sujeito
enunciador ou do extracontexto da enunciação, em relação ao rigor e à
neutralidade canónicos da norma” (5).
Assim,
os responsáveis pelos desvios linguísticos, tanto na língua oral como na língua
escrita são as diversas e múltiplas situações extralinguísticas existentes no
contexto social. Quanto mais complexa for a sociedade, maiores e mais numerosas
serão as solicitações extralinguísticas; logo, maiores serão as possibilidades
inevitáveis de desvios de inúmeros tipos: no subsistema fonético-fonológico, morfo-sintático-lexical
e semântico de uma língua.
É
importante, agora, tentar apontar as principais situações extralinguísticas,
responsáveis pelo desencadeamento dos desvios. Antes, porém, parece necessário
dizer que os desvios linguísticos são os responsáveis pelo surgimento das
chamadas linguagens especiais, que reúnem indivíduos (falantes/ouvintes),
unidos por interesses, situações de trabalho, lazer, credo, profissão e
atividades esportivas entre outras. São grupos de pessoas que agem de forma
diferente, mas se expressam pelo mesmo sistema linguístico, que pode se
apresentar desviante da norma culta da língua geral comum.
E
quais são estes fatores extralinguísticos? São muitos e de diferentes origens.
Dependendo
do “corpus” estabelecido para uma pesquisa captadora de desvios de um tipo de
linguagem, haverá fatores extralinguísticos determinantes. Deve-se, aqui,
atentar para a lição epistemológica de Leodegário A. de Azevedo Filho, que
distingue CORPUS de UNIVERSO. Universo será uma dimensão ampla, heterogênea,
abrangendo elementos até bem diversos, contudo, estruturalmente unidos por
unidades contidas nas diversidades apresentadas. Já CORPUS será uma dimensão
homogênea de elementos, unidos por unidades representativas, apresentando
traços comuns em seus elementos constituintes. Se, por exemplo, o “corpus”
escolhido for a linguagem dos esportes
de massa, os fatores extralinguísticos serão os mass-media e suas atuações como agentes destruidores das regras e
normas pré-estabelecidas. Destarte, é neles, nos veículos de comunicação de
massa, que se devem procurar os desvios linguísticos, proporcionados por seus
agentes: os locutores, comentaristas, repórteres e jornalistas das crônicas
redigidas nos meios gutenbérticos, nas suas colunas especializadas de muitos jornais
e revistas. Sem perdermos a linha do raciocínio, vamos prosseguir, mostrando
que alguns desvios linguísticos imediatos, apresentam, por sua natureza, uma
tendência de serem incorporados às subnormas emergenciais. É nessa tendência
que se reconhece o estágio intermediário entre a transgressão e a norma. Os
desvios aprisionados nesse limbo esperimentalista ficarão em quarentena, à
mercê do uso, que os utilizará ou não, marcando, assim, seu sucesso ou seu
insucesso. Ou se afirma ou cai no ostracismo e desaparece.
Os
meios de comunicação de massa que vão ser os responsáveis pelas alterações na
língua geral serão o rádio, a televisão, os jornais e as revistas. Nos dois
primeiros, a língua oral vibrará intensamente e será, por sua própria estrutura
volátil, muito mais afetada do que a língua geral utilizada nos dois últimos
mass-media impressos, os jornais e as revistas, que trabalham com o registro
escrito da língua. Os dois registros têm suas características intrinsecas. O
registro oral, ou língua oral, é mais descuidado do que a língua ou registro escrito,
e como já diziam os romanos, verba
volant, scripta manent. São esses os meios de comunicação de massa que
“falarão” a linguagem dos esportes, uns, transmitindo pelas ondas hertzianas suas
mensagens e os outros, fixando no papel, seus lances e suas emoções envolventes.
Como
o rádio e a televisão “falam” já foi demonstrado em nosso trabalho sobre a
linguagem da gíria no futebol (6). Mas como “fala” o jornal?
O
jornal é um meio mecânico de comunicação de massa, em oposição, por sua
natureza, aos meios eletrônicos, rádio e televisão. Essa clássica dicotomia é
mais didático-pedagógica do que, rigorosamente, técnica, pois hoje em dia, os
jornais não se estruturam sem a informação, produzida por engrenagens
sofisticadíssimas de mecanismos de toda espécie tecnológica. Este medium, o jornal, “fala” através de duas linguagens: a verbal e a não verbal, isto
é, “fala” pelo código linguístico e pelo código não linguístico ou, ainda, pictórico.
O que diz, diz por mensagens temporais, raras e redundantes, mais redundantes
do que raras (7). Tem funções bem claras para “falar” a um público especial,
que é aquele que descodifica a linguagem escrita. Isto limita seu destinatário,
forçando-o a resolver esse importante ruído de comunicação. Suas funções
estruturais básicas são: informar, formar, vender, prestar serviços e divertir
(8). Não há nessa ordem de apresentação
a predominância de uma função sobre a outra e, na verdade, todas são,
indiscutivelmente, cumulativas e necessárias à existência desse médium. Por tudo isso, o jornal terá
que convergir sua “falação” para um público-alvo numeroso, alfabetizado, mas
heterogêneo, de preferencias e gostos variados, público fragmentado e,
principalmente, anônimo. Tem, ainda, de alcançar os que não decodificam a
língua escrita, tornando-se redundantemente, material para ser usado em
programas radiofônicos ou televisivos, onde os textos acabados dos jornais do
dia são lidos e comentados, num exercício pleno de metalinguagem. Dissemos que
o público do jornal, enquanto medium gutenbértico, era anônimo. Anônimo não significa dizer que o retorno da
mensagem esteja prejudicado ou inviabilizado. Quer dizer que as suas mensagens
são dispersadas entre receptores que não as consomem imediatamente, podendo
deixa-las em “Stand-by”, voltando a elas quando bem os aprouver. E mais, com
isso o feed-back não é imediato, mas existe e deve ser considerado. Explicá-lo
fica para outra ocasião, mas para não deixar no ar como isso acontece,
lembramos que quase todos os jornais, diários ou não, possuem a seção CARTAS DO
LEITOR. Eis aí o feed-back.
O
jornal fala pelo código escrito e aí a linearidade do código linguístico impede
a superposição de outros signos organizados, como ocorre no rádio ou na
televisão, quando a fala de alguém pode surgir em primeiro plano, audível, e em
“background”, outro som sustenta ou aumenta a emoção, tudo sempre adredemente
construído. Isso não podendo acontecer no jornal, impõe a esse medium uma limitação à informação. A
informação estará sempre na linha da sucessão do código apresentado
graficamente. Não pode haver a superposição de signos. Portanto, o jornal
“falará” por suas próprias mensagens. Mas temos de caracterizar estas mensagens
quanto à sua natureza. A mensagem jornalística será sempre a informação,
tratada ideologicamente, qualificada como notícia. Assim, a notícia será a
“vedeta” da fala jornalística, pois ela, a notícia, é o que você ainda não
conhece.
Por outro lado, no jornal
cabem todos os tipos de discurso. Os discursos verbais e não verbais. Do texto
linguístico às histórias em quadrinhos, ou, como se diz em Portugal, às bandas desenhadas; das fotografias às
charges de todos os tipos; dos grafismos simbólicos (figuras, signos zodíacos, horóscopos,
brasões clubísticos, iluminuras a cores ou preto e branco) aos gráficos
matemático-financeiros; das reproduções de obras de arte às caricaturas
ilustradoras de reportagens ou sátiras politicas ou religiosas e muito mais...
Sem
dúvida alguma, o que mais significativamente caracteriza o jornal é a sua
linguagem verbal, explicitada pelo código linguístico, naturalmente,
materializado na forma de língua escrita, que o profissional da área, o
jornalista, deverá dominar plenamente. Essa língua escrita deverá estar
sintonizada com a norma culta do idioma, seja qual for o público-alvo a que o
jornal se destina. Algumas exceções podem ser concedidas, quando é visível a
intenção de transgredir o código linguístico, dentro de uma gramaticidade e
aceitabilidade incontestáveis, apresentadas na formação das estruturas
sobredeterminantes da “langue”, fluindo daí uma “parole”, identificada com
personagens da vida real, retratadas ao longo da narrativa das reportagens,
como um “marketing” de apresentação de um produto diferente. Em Santa Catarina,
é o caso do popular “Diarinho”, jornal que traz as notícias da região do Vale
do rio Itajaí-açu, numa linguagem baseada nas considerações acima. Formas
esdrúxulas de produção jornalística à parte, vemos que todos os manuais
orientadores dos alunos dos Cursos Superiores de Jornalismo dedicam vários
capítulos ao ensino ou à revisão de temas ligados ao uso escorreito da língua e
formas típicas de tratar esses mesmos assuntos, direcionados ao leitor. Mesmos
no caso citado do jornal “Diarinho”, visto por muitos olhares críticos como uma
produção “underground”, sua Direção dá a este veículo de informação um
tratamento correto de buscas de seus objetivos básicos, como o de informar,
formar opinião, prestar serviços, vender e divertir, apresentando, contudo, em
sua linguagem estereotipada, todos os corretos funcionamentos das estruturas
básicas do código linguístico. Se não, vejamos. Se perguntarmos a alguém em que
língua o referido jornal se expressa, todos dirão, sem titubear: língua
portuguesa.
Assim,
se um jornal se afasta da norma culta e recai nessas veredas de linguagens
típicas ou especiais, vê-se claramente que seu público-alvo também ficou bem
definido. Por outro lado, dentro de um jornal, com linguagem basicamente culta,
encontramos também seções que tratam temas populares (esporte, policial,
prostituição) ou pouco intelectualizados, usando linguagem menos rígida, quanto
à adoção das regras da norma culta. São afastamentos bem setorizados da norma culta. Nas seções
esportivas, dedicadas ao futebol, por exemplo, muitos jornais em Portugal
apresentam crônicas apaixonadas, repletas de modismos, palavreado em baixo calão,
léxico e sintaxe extravagantes, dificultando, muitas vezes, alguém, de fora
daquele contexto, entender o que tudo significa. Justificando essa linguagem
mais solta e mais livre, cito as palavras de Arnaldo Saraiva: “É bom que a
energia de uma palavra não derive da magia ou da interdição, mas do bom uso
dela, e do trabalho livre de quem a usa”, In: Bacoco é bacoco..., 1995, p. 131).
O
jornal antes de ser palavra, texto, sintaxe é, também, organização
mercadológica, envolvida num mundo plurifacetado de atividades especializadas,
na busca de informação. Na busca da notícia, a informação que você ainda não
conhece e tratada sempre ideologicamente. A estrutura administrativa do
jornal-empresa é um universo de atividades variadíssimas, específicas,
idênticas às diversas e modernas empresas capitalistas, que investem e vivem do
retorno do capital aplicado, com seu lucro embutido. Às vezes, tudo pode
sucumbir, não por falta de estruturação material, mas tudo rui quando a
estruturação de outra ordem falha: a ordem que ordena a ética, por exemplo. A
linguagem impõe, também, essa ordem ética. Por ela, a linguagem, a parcimônia,
a reflexão e, sobretudo, a semântica vão alinhar o pensamento editorial com a
incessante busca da verdade, quando tudo converge para o fato, para a
informação, para a notícia, muitas vezes, pulverizada pelos inúmeros temas
trabalhados. Temas esses quase que sobredeterminados pelo objetivo de se manter,
o jornal vivo. E para isso o jornal tem de vender. E como o jornal vende? Seu
público-alvo já está delimitado. É numeroso. Pertence a uma determinada faixa
social de um poder econômico identificado e fiel às suas opiniões, conselhos e
ideologias. Esse público tem um poder aquisitivo definido pelos institutos de
pesquisa de opinião e é potencial consumidor de produtos e serviços, para
empregarmos as expressões constantes das leis brasileiras que instituiu o
Código de Defesa do Consumidor (10). A propaganda vive desses elementos
aglutinados e joga o seu “canto de sereia” nas páginas dos jornais, em forma de
significativos apelos ao consumo. A propaganda oficial (a do Governo, em todas
as esferas) não pode deixar de comparecer, sendo que, sob esse aspecto,
estabelece-se, sempre, uma relação política entre as partes, que vivem em constante
tensão, no eterno discurso da dialética
do poder. É pressão dos dois lados...
Assim
sendo, pode-se perceber que há público para todos os assuntos e temas para
todos os públicos. Diante disso a linguagem vai-se ajustando, consciente ou
inconscientemente, a uma forma especial, peculiar, de dizer as coisas, dentro
ou fora da norma linguística oficial. Essa forma peculiar de dizer as coisas,
num primeiro momento, manifesta-se como um mero destoar em relação à linguagem
oficial. À medida que se avoluma e se torna usual, transforma-se em desvio e,
como tal, pode transmutar-se em subnormal. Neste movimento diacrônico, pode-se transformar
em norma, fechando-se o círculo, começando tudo novamente, num tempo qualquer
no futuro. Então, o olhar sincrônico da descrição linguística retoma a sua
função crítica...
Portanto,
se a língua oral e a língua escrita, de alguma forma, não forem estudadas em
seus aspectos desviantes, os desvios poderão ser considerados “erros
grosseiros”, “formas desprezíveis”, “tolices”, entre tantos outros epítetos
discriminatórios. E o destino da língua falada é ficar sem nenhum registro
escrito. As expressões, muitos termos, frases feitas completas perdem-se sem
deixar vestígio. Isso, repetimos, é péssimo.
Finalmente,
parece que os jornais acabam se transformando num útil repositório desses
falares, no qual o pesquisador encontrará o material necessário para não deixar
que muitas expressões linguísticas se percam integralmente. E, para que o
destino da língua falada não seja desalentador, é necessário que se
multipliquem as pesquisas sobre os falares do homem do povo, não só nos jornais
(trabalho filológico), mas também nas inúmeras vozes eletrônicas, ou não,
(trabalho linguístico) que atingem um numeroso público, como acontece com os variadíssimos
programas de rádio e de televisão, que abordam temas vulgares e músicas
populares, mas ricos em fraseologias inéditas, em neologismos, em
estrangeirismos, em estranhamentos (11) e em desvios linguísticos de toda
ordem. É o que acontece com a linguagem dos homens do esporte, como locutores e
comentaristas das emissoras de rádio e televisão. E é, ainda, a linguagem dos jornalistas
e cronistas esportivos que falam do futebol, nas páginas das seções
especializadas de seus periódicos. Os jornais que apresentam este material,
procurado por nossos olhos ávidos por encontrar termos e expressões desviantes,
além de neologismos e estrangeirismos adaptados ou não ao novo sistema
linguístico, podem registrá-los em suas mensagens temporais, mas isso ainda não
é o bastante para se dizer que esses fenômenos estão suficientemente
resguardados do esquecimento. Não. Só estarão se forem retirados de lá e
analisados por outro discurso, esse, sim, espacial (12) e portador da
credibilidade científica: o discurso universitário, acadêmico. Não é que seja
somente esta forma de descrever estes objetos aquela que diga a verdade sobre
os termos ou expressões desviantes, mas é a consagrada pela comunidade
científica, com teoria e técnica, com investigação metodológica e, porque não
dizer, também, com engenho e arte.
NOTAS
1- Língua adquirida é aquela que se
aprende à escola.
2- Cf. ESTRELA. Edite e PINTO-CORREIA, J.
David. Guia essencial da língua
portuguesa para Comunicação Social, 3 ed. Lisboa: Editorial Notícias, s/d,
p.20.
3- Cf. COSERIU, Eugenio. Sistema, norma y habla, Montevideo,
1952; Sincronía, diacronia y tipologia,
in: Actas del XI Congresso Internacional
de Lingüística y filologia Románica, Madrid, 1968p 269-281; Lições de Linguística geral, tradução de
Evanildo Bechara, Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1980, p. 119.
4- Cf. PERINI, Mário. Gramática gerativa,
Belo Horizonte: Ed. Vigília, 1976, p. 27.
5- Cf. ESTRELA. Edite e PINTO-CORREIA, J.
David, Op. Cit., p. 17.
6- FEIJÓ, Luiz Cesar Saraiva. A linguagem dos esportes de massa e a gíria
no futebol, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1994, p. 53.
7- Mensagem temporal é aquela que é veiculada pelo rádio e
pela televisão, não ficando gravada por nenhum processo capaz de,
posteriormente, reproduzi-la. Mensagem redundante é aquela em que a
decodificação é automática e o repertório do emissor é igual ou semelhante ao
repertório do receptor. Mensagem rara é aquela em que a decodificação
não é automática, necessitando de alguma reflexão para o entendimento, pois o
repertório do emissosr é diferente do repertório do receptor.
8- Estas funções são as mesmas do rádio e
da televisão. Cf. Rafael Sampaio, TV e Sociedade, in: Briefing, Ano 3. Nº 25, Set. 1980, p.61.
9- Podemos, para o jornal, servir-nos da
análise de Rafael Sampaio sobre a função de vender da Televisão: “a função de
vender não é uma função para a sociedade como são as outras, nem existe em
todos os países e em todas as emissoras.... é a função publicitária comercial,
utilizada por anunciantes de todos os setores e tamanhos nos seus esforços de
comunicação publicitária”. Briefing, Nº 25., 1980, p. 63.
10- João Marcelo de Araújo Jr. (Da
qualidade dos produtos e serviços, da prevenção e reparação dos danos)
esclarece que a palavra “produto”, no Código do Consumidor, é empregada em
sentido econômico como “fruto da produção”. Algo elaborado por alguém com o fim
de coloca-lo no comércio, para satisfazer uma necessidade humana. “Serviço” é
qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes de relações de caráter trabalhista. In: Comentários ao Código do Consumidor, Orgs. José Cretella Júnior e
René Ariel Dotti, Rio de Janeiro, Forense, 1992, p. 57.
11- Para Victor Chkloviski, figura de
impacto do formalismo russo, “as palavras são usadas para transmitir um choque.
Não há nenhuma motivação interna para sua escolha, qualquer termo poderia ali
se encontrar desde que provocasse idêntico choque”. Luiz Costa Lima, Estruturalismo e teoria literária,
Petrópolis, Vozes, 1973, p. 166-167.
12- Mensagem ou discurso espacial é o que fica registrado por algum
método de gravação ou impressão, podendo ser resgatado a qualquer momento.
ATÉ A PRÓXIMA
4 comentários:
Parabens :muito lúcido o seu posicionamento sobre o assunto.
O acesso aos cargos publicos/políticos , gera situaç~pes como esta.
Um abraço
Parabens :muito lúcido o seu posicionamento sobre o assunto.
O acesso aos cargos publicos/políticos , gera situaç~pes como esta.
Um abraço
quarta-feira, abril 01, 2015
Oi,Prof,bom dia
Não nos prive nunca de seus conhecimentos,por favor!
Sou sua aluna e admiradora.
Thereza
Oi,Prof,bom dia
Não nos prive nunca de seus conhecimentos,por favor!
Sou sua aluna e admiradora.
Thereza
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