Instigado por meu amigo do Face Book, o jornalista André
Felipe De Lima, do nosso sempre lindo Rio de Janeiro, que hoje publicou um
sentido texto, em homenagem aos 22 anos sem Ademir Marques de Menezes,
lamentando-se, ainda, de não ter visto o grande craque jogar, lembrei-me de um
encontro que tive com o grande jogador. Conheci Ademir pessoalmente. Ele era
amigão do irmão de um primo, por afinidade, casado com minha prima de primeiro
grau. Ela era, também, minha afilhada. Numa festança em Jacarepaguá, passei
horas conversando com ele. E confessei o meu primeiro alumbramento
futebolístico. O craque ficou de queixo caído... Eu tinha 13 anos e fui ver no
Maracanã o jogo Brasil e Espanha, pela Copa de 1950. Declaro, agora e
publicamente, o número de parabéns que já cantaram para mim, soprando
velinhas...Pois bem, disse ao Ademir, tomando umas e outras, na bela casa de
minha prima e afilhada, junto a familiares e muitos amigos, que ele me encantou
e a todos que lá torciam freneticamente pelo Brasil, com um aqueles golaços
(ele fizera dois) dos 6 X 1, contra os touros madrilenos e contra Ramallets,
que impediu maior goleada... Ao som das touradas de Madri de Braguinha e João
de Barro, Ademir arrancou quase da meia lua da área brasileira e veio numa
disparada de touro bravo, como na última corrida de touros de Salvaterra. Nunca
havia visto ninguém correr com a bola em tamanha disparada e com total controle
de toda a situação até balançar o véu da noiva e abraçar, em êxtase, Zizinho,
Jair e Chico. Ademir estava iluminado e destruiu a fúria espanhola. Ele disse
naquela noite memorável em que relembrávamos, junto aos meus, aquelas façanhas,
dignas de serem contadas por um Rebelo da Silva, que se emocionou bastante com
a cantoria do Maracanã, naquele 13 de julho. Três dias depois, também no mesmo
monumental Maracanã superlotado, com gente até no teto das arquibancadas, foi
como todos nós víssemos o Conde dos Arcos morrer na verde arena, golpeado pelo
improvável gol de Ghiggia, quase no finzinho do jogo, aos 34 minutos do segundo
tempo. Mas Ademir, logo, logo, deu aquele sorriso enorme e todos brindaram sua
presença e batemos as mais belas palmas que já foram ouvidas em todo o bairro
do Jardim Clarice, em Jacarepaguá. Lá, nós estávamos reunidos alegremente com
um dos mais emblemáticos ídolos do futebol brasileiro, que, diga-se de passagem,
deu ao meu tricolor das Laranjeiras o supercampeonato carioca de 1946. Mas
Ademir me confidenciou que era vascaíno de coração...
ATÉ A PRÓXIMA
Um comentário:
Ademir Menezes morava a poucos metros do lugar em que fui criada,no Rio Comprido.
Era ponto turístico.E na Av Paulo de Frontin, quado menina, da jaeola da casa dos avós maternos,assisti a muita romaria de torcedores.Vascaínos ou nao..
Seu texto mexeu com minhas lembranças e saudades abissais.
Thereza
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