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11 de julho de 2015

O básico em Tecnologia Educacional






O surto desenvolvimentista que assola o Brasil é indiscutível. Como nação, não mais emergente, mas próspera e em pleno progresso científico e tecnológico, em todas as áreas do conhecimento humano, nosso país precisa urgentemente voltar todo o seu potencial criativo para a Educação. Precisamos dela para sermos uma nação desenvolvida, rica e com um povo sadio, instruído e feliz. Precisamos de um Projeto Educacional consistente, não de remendos do tipo que esse atual governo despreparado nesse setor (e em muitos outros, também) às vezes apresenta sem nenhuma repercussão. 
Todos os esforços destinados à minimização dos óbices educacionais, para serem realidade, dependem da confiança que cada um brasileiro deverá ter em si mesmo e naqueles, que, por força de ofício, são responsáveis por uma filosofia de vida comunitária, direcionada para a plena formação dos jovens brasileiros. Estes agentes da educação são os professores e a grande instituição sistemática da prática desse desenvolvimento é a Escola.  Parece que a Escola está falida. São muitos os sintomas que mostram a precariedade do psicossocial! Mas o professor também não tem onde se amparar. Está despreparado, preocupado e desempregado. Sua profissão hoje é considerada de alta periculosidade. O mestre afasta-se da Escola. Por quê? A nosso juízo por muitos fatores. Citaremos apenas, alguns.  
Ocorre, há muitos anos, uma profunda defasagem entre o que a nossa Escola oferece e o que o aluno dela espera. Vejam que nós todos já estamos mais do que familiarizados com a máquina, com a Internet, com o Rádio, com o Cinema, com a Televisão. Mas como essas conquistas tecnológicas atingiram a Escola? A Escola foi, praticamente, a última instituição social a ser atingida, muito sutilmente, pela tecnologia dos séculos XX e XXI. O seu discurso não é mais ouvido como transformador e sim, muitas vezes, como fútil consumidor de recursos. A Escola não está mais preparando o aluno para a vida. Existem algumas exceções que deveriam ser multiplicadas. Para elas nossos aplausos. A defasagem que existe entre aquilo que a Escola oferece e o que o aluno dela espera, pensamos nós, que é de duas ordens. A primeira é a falha do professor, o agente da educação, que, quase sempre, desconhece o porquê daquilo que vai ensinar, se é que também conhece plenamente o que vai ensinar. O interesse do aluno está voltado, evidentemente, para os fatos de sua época, e, há necessidade de explicá-los, para que, imediatamente, surja uma comunicação clara, direta e precisa entre ele e o professor. Ambos têm de falar a mesma linguagem, sem os descompassos provocados por choques de gerações. Falhará o professor de qualquer nível que não assimilar e propagar a filosofia de vida e as diretrizes normativas de um Plano Nacional de Educação, que, talvez não exista! A segunda ordem dessa defasagem está nos meios utilizados para a transmissão da mensagem docente. No que diz respeito aos meios desta transmissão, a Escola Brasileira, de todos os níveis, acha-se fora do compasso do desenvolvimento tecnológico e científico, que podem auxiliar, sobremaneira, o processo ensino-aprendizagem. Sem falar que o professor é sempre um meio presencial, quando poderia se desdobrar em vários meios. Por exemplo, levando suas experiências para a sala de aula. Experiências materializadas em realizações de pesquisas empíricas. Mostrá-las e discuti-las, forçando o surgimento de novas outras, provocadas por seu desempenho ao motivar a turma com tais amostragens, possíveis de serem realizadas por eles, também. O giz, o quadro-negro e o apagador alfabetizaram a maioria dos brasileiros que hoje estão em postos de comando e tomam decisões importantíssimas para o desenvolvimento do Brasil. A comunicação professor-aluno poderia ser executada por métodos e meios mais modernos, como a televisão e o rádio, incidindo sobre quase todos os sentidos. Os alunos observam, sem comprar, ou por falta de informação, ou por falta de recursos, revistas ilustradíssimas nas bancas de jornal. Há muito mais tecnologias ao redor do aluno fora da Escola do que lá dentro, no exíguo período de tempo em que assiste a aulas insuportáveis... Mas a atuação do professor, no sentido de uma comunicação ativa e dinâmica com o aluno, pode suprir, em parte, estas deficiências que proporcionam esta defasagem. Suprirá por suas qualidades intrínsecas, desde que esteja conscientemente imbuído dessas atribuições de educador e orientador, elaborando heuristicamente suas aulas, como exige uma Escola moderna. Surge, agora, outro problema a equacionar: a Atuação Docente. Considera-se a Atuação Docente, propriamente dita, só aquela alicerçada no tripé: formação específica, condições de trabalho e remuneração adequada.
A formação específica é-nos dada pelas Faculdades das diversas Universidades, reconhecidas pelo Ministério da Educação e em Cursos de especialização, mestrado e doutorado. Mas para lá vão, também, todas estas defasagens das Escolas de Nível Fundamental e Médio, como num círculo vicioso completo.
As condições de trabalho fazem parte de um complexo político-educacional ou de uma filosofia empresarial.
O terceiro sustentáculo do tripé da Ação Docente é a remuneração adequada, elemento vital à concretização da ação educativa, pois é o que traz a tranquilidade indispensável ao professor, que se torna a mola mestra, o botão de partida de toda essa complicadíssima máquina que impulsiona o progresso do mundo. É sempre oportuno lembrar que vivemos num país cujo modo de produção é o capitalismo. Esse terceiro sustentáculo poderá ser conseguido pela correta aplicação dos dois anteriores, fato que colocará o professor, que assim proceder, com condições reivindicatórias para tanto. 
Assim, Atuação Docente e Desenvolvimento Tecnológico são elementos indispensáveis a uma política educacional endógena, para alavancar o ensino nacional, o que o Brasil, infelizmente, não tem.

ATÉ A PRÓXIMA

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.