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7 de março de 2012

OS SONS ABSURDOS DAS RÁDIOS DO INTERIOR



Algumas coisas são, realmente, desagradáveis aos ouvidos. Por exemplo. Ouvir as estações de rádio das cidades do interior desse Brasil caipira. Não somos contra a cultura caipira, pelo contrário, apreciamos muito uma bem feita galinha ao molho pardo com "franguim fresquim". A sabedoria do nosso caboclo em lidar com as vicissitudes do dia-a-dia do campo é surpreendente e se contrapõe ao Jeca Tatu, quando o autor de Urupês o caracteriza como uma criatura ignorante, preguiçosa, sem ambição, sem desejo de realizações e desprovido de sensibilidade artística, entre outras coisas. Mas as músicas tocadas nas emissoras populares do interior são absurdas, etimologicamente falando, pois desagradam ao ouvido. Sei que já em Cícero e Tácito o absurdo perdera sua primitiva significação e passou a fora de propósito, pois tudo que desagrada à audição não faz absolutamente nenhum sentido. 

“Ah! Se eu te pego...”!

Num dia desses de curta viagem de carro, liguei o rádio e ouvi esses absurdos que mostram, sincronicamente e diacronicamente o que está fora de propósito, tanto na letra da canção, como profundamente desagradável ao ouvido. Com você, Bakanas do Brega em Calcinha e Melô do dá dá dá. Vejam as letras:

Calcinha

Eu escondi sua calcinha

E vou mandar pro seu marido

Só pra ver se ele acredita

Que está sendo traído (2x)

Quando ele passa na rua

A turma enche de vaia

Chamam cabeça de boi

Testa de arame farpado

Colecionador de gaia

Mas ele não acredita

Confia em você de mais

Bati na porta da frente

Você demora abrir

Pede pra abrir por trás

Eu escondi sua calcinha

E vou mandar pro seu marido

Só pra ver se ele acredita

Que está sendo traído (2x)


Melô do dá dá dá



Venha pra cá não vai doer não meu amor venha

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou

Faz tempo te procuro

E você não quer me ver

Venha praqui menina linda

Eu quero amar você

Vou tirar sua blusinha

Tocar o seu corpinho

Segure minha mão

To começando a tremer

Eu falo com o seu pai

Ele vai entender

Eu vou namorar serio

Não vou enganar você

Aham aham aham

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou (3x)

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou



Vou tirar sua blusinha

Tocar o seu corpinho

Segure minha mão

To começando a tremer

Eu falo com o seu pai

Ele vai entender

Eu vou namorar serio

Não vou enganar você

Aham aham aham

Dá dá dá

Não dou não dou não dou não dou (3x)



ATÉ A PRÓXIMA





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Quem sou eu

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.