Imaginem que Barack Obama, em plena campanha presidencial, lançasse uma superprodução hollywoodiana sobre sua vida, sobre sua família de origem humilde, sobre seus ainda muitos parentes em África! Apresentaria um enredo tipo Indiana Jones, cujo herói afro-descendente seria imbatível nos estudos universitários; seria precioso negociador político dentro do Partido Democrático; seria, talvez, o mais perseguido e discriminado estudante universitário das escolas públicas americanas, pela cor de sua pele e por algumas tendências, que a elite de lá julga de esquerda; seria mostrado como menino pobre que conseguiu vencer na vida e extrair dos velhinhos e velhinhas idosos e pouco letrados do Brooklin algumas lágrimas de uma emoção fabricada com boa luz, câmara e ação. Imaginaram? Pois é! Um país sério não precisa disso. Nem Getúlio Vargas utilizou-se da ribalta do Cassino da Urca para produzir super-shows de autopromoção, com as carmens mirandas da vida cantando sua vida sofrida, que peninha! Os ditadores militares de 64 nada produziram de pseudo-literatura ou semi-arte, para tentar obter uma popularidade falsa e vazia, junto ao povo ignorante (no sentido mesmo etimológico). Nenhum ditador latino-americano ainda não se manifestou dessa maneira tão inusitada de fazer campanha política como esse atual presidente brasileiro! Um filme biográfico em ano eleitoral é demais! Sabe-se, muito bem, como disse uma amiga escritora, muito sabiamente, que “ninguém pode recriar o retrato de uma vida, sem contar os fatos em tom de fantasia”. Pois é! Um dinheirão foi gasto na produção do filme da vida de Lula, que veio, certamente, de grandes conglomerados financeiros e fabulosas empreiteiras, conchavadas com o governo, já há muito tempo. E que negócio é esse de Lula, filho do Brasil? Todos nós, brasileiros como ele somos filhos do Brasil, mas honestos, trabalhadores, éticos, tão sofridos ou mais do que esse político sindicalista, que se aprendeu alguma coisa, já esqueceu rapidinho, porque nunca sabe de nada, nunca viu nada, nunca consegue nem conseguirá ver através das montanhas, como muita gente grande e de peso desse Brasil varonil, salve, salve, vê e produz! Se alguém do Planalto ler essas linhas, avise ao apedeuta que isso é uma forma requintada de metáfora ou linguagem conotativa, viu? Muitos filhos desse Brasil sempre e constantemente espoliado por mãos nefastas nunca foram lembrados, para servirem, sim, de exemplo e serem aplaudidos por suas vidas. Mas, a bem da verdade, devemos lembrar que muitos heróis pátrios serviram de enredo às escolas de samba do Rio de Janeiro, até bem pouco tempo atrás. Mas se vocês não sabiam, fiquem sabendo que foram cantados em verso e samba, por decreto-lei de Getúlio Vargas, que mandava enaltecer a história sagrada de nossa pátria... E tome polca!
ATÉ A PRÓXIMA
4 comentários:
Oi Feijó
Concordo plenamente com seu comentário a respeito do filme. Esses dias estava pensando nisso ao ver as insistentes propagandas da produção na TV. Agora sim que o povo vai pensar que o nosso presidente é um "coitado". Muito bem colocado seu questionamento.
abraço
Vanessa
Removi a postagem anterior por excesso de vírgulas.
Perfeita a sua colocação. E a foto com a caixa de isopor,hein?
Thereza
Como se o próprio Lula tivesse produzido o filme...
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