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12 de dezembro de 2007
UM DOCE DE NATAL
Está chegando o Natal desse ano do Senhor de 2007. As festas natalinas vão acontecer em milhares e milhares de residências cristãs e serão servidos os mais saborosos e tradicionais quitutes. Entre os que eu aprecio está a RABANADA. No Brasil é por esse nome que conhecemos aquela deliciosa fatia de pão dormido, embebida em leite, passada no ovo, frita e servida com açúcar e canela. Mas em Portugal, ela se chama também fatia dourada, mãe-parida e fatia-de-parida. Interessante! O alimento deve ter sido apreciado, pela sua alta carga de gordura saturada, por parturientes, talvez para que ficassem mais bem alimentadas. Daí MÃE-PARIDA. Em FATIA-DE-PARIDA, a mulher que deu à luz deu, também, o nome ao alimento. O próprio alimento fatiado passaria a ser o prato que alimentaria aquela que pariu. FATIA DOURADA é um nome bem referencial, denotativo, pois o pão é fatiado, daí FATIA e a fatia depois de frita fica DOURADA. Já RABANADA vem de rábano + ada. O rábano é uma raiz usada em saladas e o fato de o pão ser fatiado como se faz com a raiz, deu nome ao doce natalino. Em espanhol, REBANADA é fatia de pão, entretanto, a rabanada de Natal, em espanhol, chama-se TORRIJA.
Rabanada, ainda, pode ser pancada (rabo + abanada) e também pé-de-vento. Nesse sentido, vem do malaio rabana, espécie de atabales ou tambores.
Agora, só tenho a desejar a vocês uma ótima ceia de Natal, com um prato cheio de rabanadas, ou nães-paridas ou fatias-de-parida. Observaram o plural dessas coisas gostosas?
Até a próxima!
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Quem sou eu
- Professor Feijó
- Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
- Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.
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