

A dor é muito grande quando se perde um ente querido em tragédias desse tipo, sem nenhuma explicação, a não ser a incompreensível atuação das forças da natureza. Todos ficamos à mercê da solidariedade. Mas, há os que se aproveitam do horror dessas situações para saquear, furtar e, até mesmo, se aproveitar da premente necessidade dos flagelados, aumentando os preços de materiais indispensáveis à sobrevivência, como água, pão e outros víveres de primeira necessidade. Momentaneamente compreende-se que haja falta de alguma coisa como combustível, medicamentos, comida etc. Mas será que as autoridades estão preparadas para executar esses reparos? Reparo de pontes, gasodutos, oleodutos, reservatórios de água, silos e de muitas outras obras de arte que regulam a vida social. O Estado nunca está preparado para atuar na desocupação dessas áreas atingidas. Parece que sempre existe uma explicação na ponta da língua dos homens públicos entrevistados. As instituições não estão preparadas para evacuar campos alagados ou regiões que se desmoronam pela força das águas das enchentes, proporcionadas por chuvas atípicas, em épocas atípicas e em locais atípicos. Isso também é muito difícil, pois, por aqui, a natureza foi muito impiedosa e o desastre aconteceu em tom de calamidade.


Deixa-se construir em qualquer lugar, em qualquer barranco, em qualquer margem de rio... Não se tem notícias de nenhuma estratégia de deslocamento, por exemplo, de viaturas, de uma região para outra, quando as principais vias de acesso são obstruídas. As nossas estradas, sempre em péssimo estado de conservação, são facilmente interrompidas com qualquer chuva miúda. Imaginem com esse verdadeiro dilúvio que desabou sobre nossas cabeças! Louva-se, é verdade, o esforço, o denodo e a solidariedade dos bons brasileiros, de toda essa corajosa gente catarinense, das prefeituras e da Defesa Civil, mas um desastre desse porte como esse, agora presenciado em Santa Catarina, serve, sem dúvida alguma, para, além de nos comover ao extremo, nos alertar da fragilidade operacional que existe no país, tanto quanto ao impedimento de circulação da população civil e principalmente quanto ao aspecto da segurança nacional.
ATÉ A PRÓXIMA
Um comentário:
Lindo texto num lindo espaço,Professor.Grande honra em tê-lo como link , abrilhantando meu blog.
Thereza Pires
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