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22 de dezembro de 2008

AINDA MACHADO E CAPITU


Para que ninguém me considere um casmurro (claro, sem nenhum rapapé aristocrático, portanto nada de Dom) estou agora muito feliz em ler a recensão feita por Renato França, no Diário Catarinense, intitulada UM CRIATIVO E FIEL DIÁLOGO. O autor é jornalista, mestre em Teoria Literária e doutorando em Literatura na UFSC. Seu texto se refere à adaptação de Dom Casmurro, feita por Luiz Fernando Carvalho, levada ao ar, há uma semana, pela Rede Globo de Televisão, apresentado como microssérie, com o nome de CAPITU. Segundo Renato, o texto do romance machadiano é um primor estético e a transcodificação para a televisão não traiu absolutamente a literatura de Machado. Aponto essa crítica como uma forma lúcida e bem cuidada, com sólida abordagem teórica, dada ao público em geral e aos especialistas em particular, na tentativa de divulgar cada vez mais o nosso maior escritor. Mas é preciso que muitos outros textos surjam nos jornais, principalmente nos que circulam fora do eixo Rio-São Paulo, para que os que estão mais afastados desses centros de influência universitária e acadêmica possam tomar conhecimento, com razoável entendimento lingüístico, de cada vez mais formas de se ler o discurso eclético de Machado de Assis, ficando cientes da sua universalidade e de sua atemporalidade, principalmente. Tomara que muitos outros críticos e jornalistas se louvem no exemplo dos bons comentários e nas interpretações bem fundamentadas! Tomara que equívocos e sandices sobre Machado de Assis não se repitam, como apontamos recentemente, nesse momento em que se comemora o centenário da morte do fundador da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro Presidente. A minissérie CAPITU mostrou-nos uma transcodificação que, na opinião de Renato França, com a qual concordamos plenamente, apresenta um resultado primoroso pela organização estética do expressionismo televisivo, não traindo, absolutamente, a sua forma literária. O apelo do articulista tem, também, endereço certo: os produtores culturais que, “por conta um mercado míope”, não vêem a possibilidade de proporcionar a culturalização das massas – dizemos nós sempre que podemos – vindo a praticar somente água-com-açúcar infanto-juvenil, além de muitas bobagens travestidas de cultura. Parabéns ao CADERNO CULTURA do Diário Catarinense de 20 de dezembro de 2008, que publicou o correto artigo sobre o programa CAPITU da Rede Globo de Televisão.

ATÉ A PRÓXIMA


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Quem sou eu

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.