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27 de novembro de 2014

MORRO QUE MORRE (Poemas de 1964)




 

Estou comemorando 50 anos da publicação de meu primeiro livro de poemas. MORRO QUE MORRE, lançado no fim do ano de 1964, pela Editora do Professor, no, então, Estado da Guanabara, com capa e ilustração de Herman Saraiva e foto gentilmente cedida pelo jornal Diário de Notícias, um dos mais importantes da então Capital da República. Esse trabalho obteve o terceiro lugar num concurso inédito promovido pela Universidade de Cultura Popular, que nasceu na TV Continental da cidade do Rio de Janeiro, comandada por Gilson Amado, fundador, alguns anos mais tarde, da Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa, que levou o seu nome. Era Gilson Amado incansável provocador, debatedor e promotor das mais variadas iniciativas culturais de todas as noites, nesse seu longo programa de duração, onde procurava ensinar ao seu telespectador ideal e simbólico – o cidadão João da Silva – alguma coisa sobre economia política, educação, orçamento, administração, técnica bancária e muito mais coisas que o ensino sistemático da escola oficial deixava a desejar. No memorável programa da TV Continental, há 50 anos, Gilson Amado comandou A Noite dos Tele Poetas, apresentando ao seu público o resultado de um inédito concurso nacional de poesia, com prêmios especialíssimos.
Gilson Amado chamava para falar na Universidade de Cultura Popular, que fundara e dirigia como Reitor muito respeitado, inúmeras autoridades representativas da vida sociocultural da época, como Ministros de Estado, administradores, políticos, professores e muitos outros representantes deste contexto, para discutirem pedagogicamente a força de trabalho e da criação artístico-cultural de nosso povo.
Gilson Amado, sempre inovador na comunicação de massas, inovou na Televisão Brasileira quando promoveu com grande êxito o primeiro concurso nacional de poesia para autores não editados, servindo-se desse incipiente “mass-media”, a Televisão, que por aqui chegava a todo vapor.
Para o seu programa foram enviados mais de 2 mil poemas, “documentando as efusões líricas de 340 poetas espalhados por todo o país”, conforme palavras da longa reportagem a respeito, feita pela então revista Manchete (foto), criada por Adolpho Bloch, para registrar iconograficamente tal acontecimento. A Comissão Julgadora se compunha dos escritores Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Homero Sena, Adonias Filho e Antônio Olinto. Os prêmios eram sedutores e convidativos: 300 mil cruzeiros, oferecidos pelo Banco de Crédito Real de Minas Gerais a quem conquistasse o 1º lugar; 100 mil cruzeiros  a cada um dos detentores do segundo e terceiro lugares, oferta das empresas Shopping Center do Brasil e J.M.M. Publicidade. Aos candidatos classificados do quarto ao sexto lugar foram destinadas três contas, no valor de 50 mil cruzeiros cada uma, abertas pelo Banco de Crédito Rural em qualquer de suas filiais. Bônus do IV Centenário do Rio de Janeiro, no valor de 50 mil cruzeiros, couberam aos candidatos classificados do sétimo ao nono lugar. E a Editora Aguillar deu aos candidatos classificados do décimo ao décimo terceiro lugar obras completas de autores brasileiros de sua coleção.
O primeiro lugar coube a Anderson Braga Horta, de Brasília, com o poema Altiplano; o segundo colocado veio de Belo Horizonte, Henry Correia de Araújo. O terceiro lugar foi Luiz Cesar Saraiva Feijó, da Guanabara, com os poemas de MORRO QUE MORRE.
Neste final de ano esta festa completará 50 anos. Anderson Braga Horta atua culturalmente em Brasília e é, hoje, um dos grandes nomes da nossa literatura, magnífico poeta. Nunca mais soube de Henry Correia de Araújo, que espero ter dado às letras brasileiras toda a força mágica de sua bela poesia adolescente. Bem, nós, estamos sobrevivendo... cheios de saudade...

ATÉ A PRÓXIMA


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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.