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5 de setembro de 2008








O Novo Acordo Ortográfico

da Língua Portuguesa


1) O alfabeto agora é formado por 26 letras.


O "k", "w" e "y" não eram consideradas letras do nosso alfabeto.


Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano


2)
O Trema


Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano.


As palavras abaixo não serão mais escritas com trema:


agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça

Serão escritas sem trema:


aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.


3)
A Acentuação Gráfica


A) Os ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas como anteriormente eram, como assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico


Passarão a ser grafados sem o assento agudo, assim: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico


Mas, prestem atenção. Os ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua. Assim: herói, constrói, dói, anéis, papéis.


Também continua o acento agudo no ditongo aberto "eu". Assim: chapéu, véu, céu, ilhéu.

B) O hiato "o-o" não é mais acentuado, como antigamente era: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo. Essas palavras passam a ser grafadas assim: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo.


D) O hiato "e-e" não é mais acentuado, como antigamente era: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem. Essas formas verbais dos verbo CRER, DAR, LER e VER passam a ser grafadas assim: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem.

E) Não existe mais o acento diferencial de intensidade nas palavras homógrafas
pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo), como antigamente existia. Essas palavras passam a ser escritas assim: para (verbo), para (preposição); pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo).
Observação: o acento diferencial de timbre ainda permanece no verbo "poder" (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - "pôde") e o diferencial de intensidade, no verbo "pôr", para diferenciar da preposição "por".

F) Não se acentua mais a letra "u" nas formas verbais rizotônicas (o acento tônico cai no radical), quando precedido de "g" ou "q" e antes de "e" ou "i" (gue, que, gui, qui), como antigamente era: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe. Essas palavras passam a ser grafadas assim: argui, apazigue,averigue, enxague, enxaguemos, oblique.


G) Não se acentua mais "i" e "u" tônicos em palavras paroxítonas quando precedidos de ditongo, como antigamente era: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme. Essas palavras passam a ser grafadas assim: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume.


4)
O Hífen


A) O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por "r" ou "s", como acontecia, por exemplo, em ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível. Essas palavras passam a ser grafadas com 2 -s- e com 2 -r-, assim: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível.


Observação: em prefixos terminados por "r", permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.

B) O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal, como antigamente ocorria, por exemplo em auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado. Essas palavras passam a ser grafadas assim: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizabem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.


Observação 1: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.


Observação 2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por "h": anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.

C) Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. Assim: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico. Antigamente, essas palavras não possuiam hífen, era tudo junto.


Observação 1: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen.


Observação 2: uma exceção é o prefixo "co". Mesmo se a outra palavra iniciar com a vogal "o", NÃO se utliza o hífen. Ex. Coautoria, coopositor.

D) Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição, como, por exemplo em manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento. Agora, essas palavras serão grafadas assim: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento.


Observação: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

Observações Gerais

O uso do hífen permanece:


A) Em palavras formadas por prefixos "ex", "vice", "soto". Ex. ex-marido, vice-presidente, soto-mestre.


B) Em palavras formadas por prefixos "circum" e "pan" + palavras iniciadas em vogal, M ou N. Ex. pan-americano, circum-navegação.


C) Em palavras formadas com prefixos "pré", "pró" e "pós" + palavras que tem significado próprio. Ex. pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação.


D) Em palavras formadas pelas palavras "além", "aquém", "recém", "sem". Ex. além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto.

Finalizando. Não existe mais hífen:


Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais). Ex. cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.


EXCEÇÕES


Água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.

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Quem sou eu

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.