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18 de março de 2007

NOMES ESTRANHOS DE CIDADES BRASILEIRAS

Parece que está novamente nos noticiários o famigerado problema dos nomes exóticos das cidades do interior desse Brasil continental. No domingo, 11 de março desse ano de 2007, o programa Fantástico da TV Globo voltou ao tema. Mostrou nomes exóticos de vários municípios e a reportagem editou matéria lingüística sobre como são chamadas as pessoas que nascem nessas cidades. Creio que a produção do programa se fixou nos municípios mineiros.
Mas, em 2004, quando publiquei meu livro de crônicas, UMA FLOR AMARELA,

lá anotei um texto sobre esse assunto, que republico, agora, neste BLOG, pois quando enviei o escrito para
esse assunto de nomes estranhos de cidades brasileiras estava também em moda na mídia. Eram nomes esquisitíssimos de cidades do sul país, mais precisamente, do Paraná.
Muitos nomes estranhos de municípios aparecem em dicionários onomásticos da Língua Portuguesa, alguns até etimológicos, como é o caso do Dicionário de José Pedro Machado.

Para você recordar, especificamente, ONOMÁSTICA é o estudo lingüístico dos nomes próprios.


Mas vamos à crônica, publicada no jornal portenho, há alguns anos... Chamava-se:

MUDANÇA DE NOME


Por aqui sempre acontecem coisas que, queiram ou não, terão de ser comentadas, porque estão na boca de todo mundo e são mesmo notícias muito interessantes. Creio que, narrando esses fatos, mostro o atual estado das coisas públicas e dos políticos brasileiros, que, assim, podem ser julgados ou interpretados pelos leitores, tirando cada um as suas conclusões. São acontecimentos tristes e inusitados, merecedores de nossas crônicas.

Tristes são os escândalos de toda ordem que acontecem no nosso dia-a-dia, envolvendo nomes ligados aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em muitas outras crônicas já falamos sobre eles e ainda falaremos muitas outras vezes. Quanto aos acontecimentos inusitados, bem... Esses são inúmeros, também. Mas escolhemos um, cheio de giro, como se diz aí na “terrinha de meus avós”.

Foi anunciada, em todos os jornais de Curitiba, a ida de muitos prefeitos do interior à capital do Estado do Paraná. Todos insatisfeitos com os nomes dos seus municípios vieram pleitear, junto ao governador, apoio financeiro para mudança imediata dos atuais nomes de suas cidades. São nomes estranhos, mesmo, como Matinhos,

Barra do Jacaré, Patos Velhos, Papagaios Novos, Pangaré, Mato Queimado, Periquitos e muitos outros.

Vejam só! Até que esses governantes têm razão, pois quem nasce no Paraná é paranaense; quem nasce em Curitiba é curitibano; quem nasce em Ponta Grossa é pontagrossense e por aí vai. Mas, quem nasce, por exemplo, em Barra do Jacaré, em Mato Queimado, em Pangaré ou em Papagaios Novos, como deverão ser chamados? Os prefeitos alegam que até o turismo fica prejudicado...

Mas reivindicação para mudança de nome de cidades não é coisa nova, não. Há tempos atrás, havia no sul do Estado do Espírito Santo uma pequena cidade chamada Veado. Quando o povo pode opinar de verdade e a ditadura desapareceu do mapa, o município, depois do resultado de um benéfico e espetacular plebiscito, também modificou o mapa geográfico da região e passou a se chamar Guaçuí.

Foi festa de três dias seguidos na cidade, que perdia, assim, o estigma de ter sido conhecida, durante anos a fio, como a terra das constantes piadas de mau gosto. E com toda razão...

O prefeito era a pessoa mais feliz do mundo até receber em seu gabinete uma correspondência oficial, em papel timbrado e tudo, lá de um deputado federal de Brasília, que a endereçava da seguinte forma: Exmo. Sr. Fulano de tal... , digníssimo Prefeito de Guaçuí, Ex-Veado.

2 comentários:

Unknown disse...

Guaçuí, Ex-veado

Guaçuí se chamava São Miguel do Veado, e quando o prefeito pediu para trocar de nome para o governador não pediu opinião e colocou Siqueira Campos, em homenagem a revolta do forte de Copacabana. Por isso, segundo a tradição local na mesma semana que tiraram o nome dde um santo pra colocacar o deum pecadora cidade foi arrazada por uma tempestade de granizo. Da qual as únicas constuções que não tiveram seus telhados destruidos foram a Igreja e a casa paroquial. Somente anos mais tarde o nome Siqueira Campos foi alterado para Guaçuí.

Verônica Fernandes disse...

O nome de minha cidade é Teofilândia!

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.